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sexta-feira, 27 de maio de 2011


As lágrimas as vezes se cansam de ficarem presas e correm para a liberdade, e surpresos os olhos se abrem e servem de canal para que a tristeza se torne algo mensurável e real. É como se a alma transbordasse, mansamente, e baixinho nos falasse: Como estou cansada... cuide de mim... me embale no bálsamo da esperança...
Mas as lágrimas continuam a correr pelo nosso rosto, deixando uma trilha molhada, mas que não hidrata, antes resseca, deixando a sensação de algo que não frutificará.
Pois há diversos tipos de lágrimas...
Há lágrimas de raiva, quando se pensa que está com a razão e ninguém te ouve...
Há lágrimas de mágoa, quando se ama e foi ferido...
Há lágrimas de ódio, quando você levanta a mão fechada e tenta lutar contra o mundo...
Há lágrimas de perda, quando quem se ama vai embora... para sempre... ou só por um tempinho...
Mas há também essas lágrimas... essas mesmas... do simples cansaço... podemos chamar as lágrimas da derrota, ou melhor, da desistência...
É como ter consciência que a luta já está perdida... que temos que juntar os despojos... ver o que restou... levantar-se e viver com as ferramentas que se tem na mão.
É deixar para traz a bagagem de sonhos não realizados, tomar consciência que esses já não são mais viáveis... que o tempo passou e não há como revivê-los e torná-los realidade.
Mas fica na alma o vazio e o questionamento: Por que estes sonhos não se realizaram? Será que lutei o bastante... ou pior... será que não merecia a dádiva da realização destes sonhos?
Não sei a resposta para essas e muitas outras perguntas. Só sei que não podemos perder o bom humor... rir de nossas idiotices... olhar para a vida e não perder de vista como muitas vezes nos tornamos ridículos e sérios demais diante de coisas deveríamos perceber que não são tão importantes assim.
Mas as lágrimas ainda teimam em ficar em liberdade... e meus olhos não estão muito límpidos para que eu possa enxergar a solução no presente conflito, então vou simplesmente deixar que minha alma transborde suavemente o seu cansaço, a sua fragilidade, vou me permitir ser frágil neste momento.
Bem talvez... amanhã o dia esteja ensolarado e mesmo com meus turvos pelas lágrimas eu consiga enxergar a luz brilhante do sol que aquece e que traz consigo a esperança de um novo dia... de um novo recomeço...
E quem sabe de um novo sonho para ser realizado...

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