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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

RELAÇÕES HUMANAS


A arte traz consigo a capacidade de nos fazer meditar sobre os temas por ela propostos, e foi assim que após assistir a minisérie Dalva e Herivelto exibida pela Globo fiquei pensando sobre tudo o que ali foi mostrado.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi a fragilidade do ser humano diante da vida e dos sentimentos, como o ego fala mais alto do que a razão, como só vemos o que sentimos e nos esquecemos muitas vezes do que fazemos os outros sentirem. Que a nossa felicidade não pode estar atrelada, ser dependente da ação de outra pessoa.
A segunda coisa que me chamou a atenção foi a falta de dignidade e respeito para consigo e para com os outros.
Sei que é fácil para nós, que apenas assistimos uma leitura romanceada de uma história verdadeira, falar nesta situação teria agito desse jeito ou daquele jeito, porém podemos tirar lições de vida.
O ser humano tem a capacidade de amar e odiar com a mesma intensidade, estes dois sentimentos estão fragilmente separados dentro de nós, basta um tenue tremor para fazer com que um ou outro exploda dentro de nós.
Vi em Dalva o retrato de muitas mulheres, e porque não dizer de muitos homens também, que não se valorizam, se deixam levar por grandes emoções, colocam a sua felicidade e a sua vida nas mãos de outra pessoa sem perceberem que cada um é responsável por suas ações, não podemos dar ao outro a responsabilidade de nos fazer felizes ou infelizes. Devemos tomar as rédeas de nossas vidas em nossas mãos, não falo de sermos egoístas não, mas de respeitarmos os limites do outro, não jogar em suas costas as nossas fragilidades e exigir que outra pessoa resolva os nossos problemas. O que podemos pedir ou esperar daqueles que estão a nossa volta, é apoio, conforto e partilha.
Vi Dalva dar a Herivelto a capacidade de humilhá-la, deixando que somente as decisões dele fossem as mais importantes na relação, sei que na época em que viveram a mulher era assim tratada pela sociedade, porém a forma como foi retratada a segunda mulher de Herivelto, ela impôs a ele um respeito para com ela e suas opiniões.
Porém quando falamos sobre a dinâmica de uma relação é difícil conseguir enxergar o que verdadeiramente aconteceu, pois somente os protagonistas da história pode falar o que sentiu nas situações retratadas por esta obra exibida na televisão.
Mas podemos refletir que o equilíbrio entre as relações humanas é muito frágil, pois estamos divididos, temos várias faces e não estou falando que o ser humano é algo falso, somente temos vários níveis de compreensão, de sentimentos e de intensidade de reações.
Nós lutamos com a imagem que queremos projetar para aqueles que estão a nossa volta, com aquela que só nosso travesseiro conhece.
E se não bastasse isso tudo, a sociedade ainda produz pessoas que se sentem no direito de trair, humilhar, ferir, roubar... como se não tivesse valor algum a vida que é atingida.
E essa é uma outra batalha que vivemos no nosso dia a dia, tentar fazer com sejamos respeitados como seres humanos, por aquilo que somos e não por aquilo que temos ($, cargo, propriedades).

Bem lendo o que acabei de escrever, ficou parecendo algo pessimista e vazio de esperança, porém é apenas uma reflexão... um ponto de vista... que amanhã pode mudar... pois o ser humano é algo belo, cheio de contradições, que a cada dia renasce, que tem a capacidade de se reinventar e de amadurecer com cada experiência vivida.
A esperança nunca morrerá enquanto ainda tivermos a capacidade de rir de nós mesmos.

Beijos a todos que estão tendo a paciência de ler meus humildes rabiscos.
Até a próxima madruga!!!!


Um comentário:

  1. Boa noite1
    Eu não assisti a esta mini serie,mas acho que o ditado popular é bem verdadeiro:"Só fazem com a gente aquilo que a gente deixa fazer".

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